Para pensar….
Hoje estamos mais do que nunca imersos em um mundo coberto de ferramentas tecnológicas para realizar as nossas tarefas do cotidiano. Se você quer tomar um café, Alexia, a inteligência artificial da Amazon, pode fazer para você, se queremos abrir as janelas da sala, dê o comando e ela também poderá fazer. Se você quer anotar algo em sua agenda, pode deixar, é só chamar a Siri, da Apple, e deixar o recado que ela guarda! Ah, Siri também poderá acordar você, poderá fazer uma ligação, pesquisar…
Ufa! Temos uma secretária para cada coisa. Isso parece maravilhoso, não?
Sim! Parece. Porém, ainda precisamos pensar mais um pouco sobre para aonde estamos indo. É importante saber o que estamos armazenando nesses espaços virtuais, nessas maquininhas milagrosas. Ficamos deslumbrados e não é para menos! As coisas que aconteciam apenas em filmes estão em nossas mãos!
É, esse momento chegou! Estamos nos misturando com as máquinas. Aqui não quero definir se isso é bom ou ruim. Apenas que é necessário pensar sobre!
Se você coloca uma câmera em sua residência para vigiar seus filhos, isso é cuidado, não há dúvidas. Mas será que eles gostariam de um monitoramento durante as 24h do dia? A criança poderá ser criança? O brincar mesmo. E o alcance dessa câmera? Você já pensou sobre isso? Ela vai até que parte da casa? Quais imagens ela captura? Capta sons? Qual é o limite?
E aí, você pode dizer: ah, mas o cuidado vem em primeiro lugar. Qual o dano que isso pode vir a causar ao meu filho? Eu sou o pai, mãe ou responsável, tenho direito de monitorar essa criança.
Sim! Você é o responsável! E por isso precisamos pensar nas consequências de nossas escolhas. A imagem que fica armazenada nesse aparelhinho…o espaço do seu filho que está sendo monitorado. Falo aqui na privacidade.
Além disso, nem sempre usar uma câmera de segurança significa segurança. Isso porque, a partir do momento que ela está conectada com a rede de internet, aí poderá estar uma vulnerabilidade.
Em Mississipi, nos EUA, uma família levou um susto. Colocaram uma câmera no quarto dos filhos e um hacker invadiu o sistema e começou a conversar com a criança. Algo que ninguém imaginaria aconteceu. Além do medo que se pode causar às crianças, tratou-se de um acesso à vida do filho(a) por uma pessoa estranha e que não se esperava. No caso dos EUA, foi um problema no sistema que deu brecha para que isso acontecesse.
Aqui estamos falando sobre limites e sobre algo que precisamos refletir quando formos decidir a respeito do uso da tecnologia em nosso cotidiano. O que estamos fazendo com a nossa privacidade? E com a de nossos filhos (as)? O pensamento deve ser em direção ao uso consciente. Nós temos o dever de pensar sobre isso. O uso me parece já incorporado às nossas vidas, mas ainda devemos nos questionar. Pergunte-se sempre sobre sua privacidade e os cuidados para preservar esse direito.
Nós do Placamãe.Org_ estamos aqui para debater como você sobre esse assunto. Como você tem lidado com isso?
Aline Taraziuk Nicodemos
COO - Diretora de operações do PlacaMãe.Org. Mestra em Direito Processual pela UNICAP com ênfase na acessibilidade do Processo Judicial eletrônico brasileiro. Especialista em Direito e Processo do Trabalho pela UNINASSAU. Professora.
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