Que tal discutirmos um pouco sobre a tecnologia que trará profundas mudanças nas vidas de todos? Falaremos sobre a INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – IA e sua influência nos métodos tradicionais de ensino.
Não há nenhuma dúvida que o papel dos professores em sala de aula mudou ao longo dos últimos anos. Com o advento da tecnologia, a inovação na educação passou a ser uma realidade diária. Novas ferramentas surgem a todo instante e tornam aquela antiga fórmula com aulas expositivas e alunos espectadores cada vez mais ultrapassada. Concordam?
Entre as diversas ferramentas atualmente disponíveis, uma tem chamado bastante atenção: a IA – inteligência artificial. De maneira objetiva, podemos definir a IA como conjunto de mecanismos/recursos criados com o intuito de simular a capacidade humana de observar/pensar/resolver problemas. São, portanto, mecanismos de análise cognitiva e de aprendizagem.
Muitos se questionam se a referida tecnologia seria capaz de substituir os professores em sala de aula, com o advento de robôs, por exemplo. A IA disponível atualmente no mercado ainda está num estágio embrionário do seu desenvolvimento, mas as possibilidades de aplicação ainda são incalculáveis. Porém, quando a IA atingir um estágio mais avançado de desenvolvimento, certamente veremos mudanças profundas não apenas no ramo educacional, mas também em todos os ramos do conhecimento.
Por agora, entendemos que referida ferramenta tem o potencial de auxiliar tanto os professores quanto os alunos, como por exemplo na China, a IA já é uma realidade. Por meio dela, é possível ajudar alunos com aplicativos de testes que os desafiam exatamente naquilo que eles têm dificuldades, corrigir respostas escritas de equações, por meio da leitura de fotos, e emitir feedbacks precisos, mostrando o exato local do erro, e o que fazer para corrigir. O robô pode ajudar a mapear as principais dificuldades de um grupo de alunos e direcionar os esforços dos professores para que as aulas rendam mais e sejam mais diretas para a solução dos problemas. Sobra mais tempo, nesse sentido, para os docentes se dedicarem à capacitação e ao empenho individual dos estudantes (fonte).
Aqui no Brasil também temos exemplos de aplicação da IA com o auxílio à identificação, prevenção e combate ao cyberbullying. Na Escola Bosque, na zona sul de São Paulo, com o auxílio da empresa Big Brain, a escola fez um chatbot em que alunos e professores ajudaram a definir o que deveria ser abordado. Criou-se uma base à qual o robô recorre para responder questões feitas por toda a escola, para esclarecer o que caracteriza um assédio virtual (fonte).
A IA proporcionará aos estudantes a possibilidade de desvendarem soluções cada vez mais criativas para os problemas dados. Ademais, auxiliará nos estudos, oferecendo meios que despertem o interesse e entusiasmo dos alunos na aquisição do conhecimento. Pode ainda proporcionar um ambiente educacional mais inclusivo, onde estudantes com dificuldades cognitivas, visuais, auditivas, motoras poderão receber uma atenção mais focada, facilitando o processo de aprendizagem.
Já os professores poderão se valer dos recursos da IA para criarem aulas mais dinâmicas e participativas, estimulando um maior interesse dos seus alunos. Ademais, poderão observar mais de perto cada um dos estudantes, identificando suas habilidades e suas dificuldades, direcionando um plano de ensino mais adequado a cada caso específico.
Fato é que as escolas que aplicam o método exclusivamente tradicional devem começar a EVOLUIR e darem o ponta pé inicial para o processo de adaptação à nova realidade tecnológica.
A aliança entre escola, professores, alunos, tecnologia e educação digital fará com que a IA se torne uma aliada e não como uma ameaça. Mas, é importante esclarecer que as habilidades cognitivas são apenas uma das incontáveis variáveis que orbitam o sistema de aprendizagem. Jamais poderemos esquecer que as aptidões socioemocionais e de caráter são essenciais dentro de todo o processo de aprendizagem e tais habilidades ainda necessitam de relações humanas para serem construídas.
Assim, a IA terá, sem dúvida alguma, papel de destaque no processo educacional das próximas gerações, mas sem retirar o protagonismo do ser humano dentro de todo esse universo.
E aí? O que o futuro guarda para nós? Qual sua opinião?
Leonardo Lumack
Pesquisador da PlacaMãe.Org_; Pós-graduado pela Escola Superior da Magistratura de Pernambuco - ESMAPE (Direito Civil e Empresarial, assim como Direito Digital e Compliance); Conselheiro do Instituto Brasileiro de Direito da Informática - IBDI; Membro da Comissão de Direito e Tecnologia da Informação - CDTI da OAB-PE.
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