23/08/2021 – Educação
Gamificação e Criatividade para a formação em Direito na Cibercultura
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A proposta deste capítulo envolve analisar se uma ferramenta inovadora no processo de ensino e aprendizagem pode contribuir para uma formação jurídica na qual a criatividade passe a ser mais bem desenvolvida e incentivada, considerando que o pensamento criativo é essencial à manutenção das profissões jurídicas, no contexto da automação de algumas atividades profissionais tradicionalmente exercidas por juristas. A hipótese trabalhada é estabelecida pelo seguinte cenário: com a automação de diversos procedimentos judiciais e de diversas tarefas do cotidiano da prática jurídica, decorrente das aplicabilidades de inteligências artificiais nas atividades normalmente associadas às dinâmicas do ambiente jurídico, o jurista
contemporâneo à sociedade hiperconectada deve ser criativo para manter seu lugar de ocupação e não ser substituído. Para isso, o pensamento criativo deve ser desenvolvido e incentivado na formação jurídica, tradicionalmente associada a dogmatismos e métodos rígidos no ensino e na aprendizagem da ciência jurídica.

Daí o problema, pois a ausência de inovação na formação do jurista pode provocar incompatibilidades entre o “jurista 4.0” e seu contexto de exercício profissional, terminando por provocar ondas de inutilidade de grande parte dos profissionais jurídicos. Dessa forma, uma formação voltada à criatividade, aproximando o pensamento jurídico do pensamento criativo, pode contribuir para que se preservem certos aspectos humanos na formação do jurista e no seu exercício profissional.

Seguindo raciocínio metodológico de cortes de hipóteses, neste capítulo escolheu-se analisar melhor a metodologia da gamificação (uso da lógica de jogos) no processo de ensino e aprendizagem, considerando que ela representa uma inovação pedagógica aparentemente agradável aos interessados pela formação de jurista, no contexto da terceira década do século XXI.
Evidentemente, essa ferramenta pedagógica não é a única prática inovadora, tampouco a única que pode ser aplicada no ensino e na aprendizagem da ciência jurídica. Este capítulo propõe analisá-la por considerá-la compatível com as exigências de criatividade feitas aos profissionais do Direito, bem como compatível com as características culturais da juventude, acostumada
e inserida à sociedade hiperconectada, na qual o intenso uso de aplicativos e de meios de entretenimento digital pode tornar anacrônicos o pensamento jurídico e a formação na ciência do Direito.

Como método ou ferramenta que é, a gamificação não pode representar em si uma fórmula pela qual o jurista se torna mais criativo, já que ela pode ser utilizada de diversas formas e com diversas finalidades. Daí o objetivo deste capítulo, de analisar se realmente seria viável o uso dessa metodologia de ensino e aprendizagem em cursos de Direito, considerando a necessidade de fomentar o pensamento criativo e inovador no jurista contemporâneo. Acredita-se que tal objetivo pode contribuir com outros maiores, de inovação nas salas de aula da formação jurídica e de manutenção de tarefas jurídicas, debatendo sobre novas ideias e novos cenários para a experiência do jurista. Utilizando revisão bibliográfica multidisciplinar e alguns dados que interessam aos objetivos propostos, este capítulo espera contribuir para que sejam revistos alguns dogmas típicos da ciência jurídica e da preservação de seu humanismo.

O capítulo de livro em PDF está disponível no botão abaixo ou no link: http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/30746/Transformac%cc%a7o%cc%83es%20no%20Ensino%20Juri%cc%81dico.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Alexandre Saldanha

CCO - Diretor de conteúdo do PlacaMãe.Org. Doutor em Direito pela UFPE com ênfase em direitos autorais, culturais e cibercultura. Mestre em Direito pela UFPE. Professor do curso de Direito da Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP e da Universidade de Pernambuco - UPE.

Paloma Mendes Saldanha

CEO - Diretora Executiva do PlacaMãe.Org. Doutora em Direito pela UNICAP com ênfase na aplicabilidade da inteligência artificial no Judiciário brasileiro. Mestre em Direito Processual pela UNICAP com ênfase em cybersegurança.

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