04/08/2020 –
Livro: Evoluamos_
Download do PDF

O livro Evoluamos da PlacaMãe.Org_, com a participação de diversos autores,  está disponível para download gratuito no link “download do PDF” que fica na foto dessa postagem. Depois dessa data, ou até mesmo durante esse tempo, caso você queira adquirir o livro físico é só entrar em contato com a gente pelo contato@placamae.org.

Abrindo as cortinas

Esta obra nasceu das inquietações das cabeças pensantes por trás da organização “placamãe”, sob o pretexto do combate à desinformação, que serve como motivo propulsor do grupo. Porém, a ideia não surge como desenvolvimento de material panfletário a ser distribuído para fins informativos, mas surge sob a forma de debate, discussão, difusão e diálogos. Assim, na base do “toda vez que dou um passo, o mundo sai do lugar” resolvemos aceitar o autodesafio de coordenar uma obra que reunisse opiniões, ensaios, textos científicos, fotos, manifestações artísticas de diversas naturezas e qualquer outra forma de expressão, todas tendo como linha de conversa alguma forma de se relacionar com as inovações tecnológicas, em especial as associadas com as tecnologias da informação. E, além disto, resolvemos lhe dar um título que remetesse a uma evolução. Não necessariamente evolução como melhoria, mas como fuga, como saída e emancipação, como ida além de padrões se rebelando no sentido de não apenas aceitar o que vemos, mas também de refletir a respeito.

Sem maiores rigores metodológicos e formais, os convidados foram instigados a refletir, cada um dentro de sua área de interesse e expertise, sobre diversos impactos e transformações provocados por uma espécie de crescente simbiose social misturando humanidades (ou aquilo que em outros tempos foi considerado exclusiva ou essencialmente humano) e inovações nas tecnologias da informação. Seja no mundo dos negócios e nas dinâmicas econômicas, ou na forma como se produz, acessa e compartilha o conhecimento, ou mesmo na sustentabilidade do ambiente natural e até nas manifestações artísticas, as tecnologias digitais se fundem aos comportamentos humanos e se enraízam como forma, como fim, como objeto de desejo, como ferramenta ou como vilã da história do desenvolvimento humano. E, seguindo esta linha de raciocínio, foram feitos os convites. Que foram devidamente aceitos e “captados”, pois todos perceberam a proposta aberta e multidisciplinar da obra e quase sem querer, os autores debateram e combinaram como iriam desenvolver os trabalhos (na prática isto não ocorreu).

Na primeira parte (ou episódio, como preferimos chamar) da obra, as reflexões versam sobre como a tecnologia se incorpora como elemento cultural, no sentido de ser algo que impacta nosso contexto e altera nossos diversos ambientes. Seja o ambiente natural ou ambiente criado pelas construções e urbanidades, a tecnologia digital vem se tornando um personagem fundamental para o funcionamento harmônico dos interesses envolvendo locomoção, pontualidade, acessibilidade e sustentabilidade. Porém, não seria (ou será) adequado acompanhar toda esta evolução digital sem uma espécie de resistência por parte das pessoas, preservando a organicidade intrínseca do ser (e do estar) humano. Eis o “mote” da parte um.

No segundo episódio, as discussões giram em torno da educação e suas relações com as tecnologias digitais. Ler, escrever, falar a própria língua ou uma outra, tudo isto  atualmente passa pelo uso e contato com ferramentas digitais, servindo estas como instrumentos de transmissão de conhecimentos (de uma geração a outra?) e de facilitação de acesso ao conhecimento. Mas, se isto representa um avanço ou não, se tal contato melhora realmente os processos educacionais de ensino aprendizagem ou se para isto carecemos ainda de um preparo “orgânico” para nos digitalizar, são questões que, além de outras, servem como motivo para as discussões propostas nesta parte da obra.

Daí, percebamos o seguinte. Num primeiro momento, a obra discute a tecnologia inserida no ambiente, envolvendo as pessoas e os círculos e linhas por onde elas seguem, criando um cenário no qual o ser precisa aceitar a inovação, mas também resistir. Num segundo momento, os textos refletem sobre como, neste ambiente imerso em tecnologias, ocorre a produção e transmissão de conhecimentos. Já no terceiro episódio da “série”, os autores se expressa sobre a presença de pessoa neste contexto, tanto no que diz respeito aos seus valores, ou à construção de valores éticos de uma pessoa, quanto à exposição da qual estamos hoje passíveis de sofrer, por causa das inúmeras formas de reproduzir e compartilhar informações e por causa de próprias alterações em padrões de comportamentos, fazendo surgir novas exigências, novas vontades e necessidades corporais. Inclusive a de se exibir.

Uma vez que a tecnologia se mistura aos nossos ambientes numa espécie de “simbiose tecnosocial”, uma vez que isto provoca transformações nas formas como acessamos, assimilamos e transmitimos conteúdo, e uma vez que isto se mistura à nossa construção de valores íntimos e à nossa presença física neste contexto, uma cadeia de impactos é produzida como ondas que alteram dinâmicas, regras, compreensões e exigências. E assim surge o episódio final desta obra, no qual diversos autores opinam e nos apresentam estudos sobre como as inovações tecnológicas alteram nossos direitos, tanto criando novos, quanto extinguindo outros e reinterpretando alguns, e fazem surgir novos padrões de comportamento, inclusive padrões econômicos. Entre regras jurídicas e econômicas há um ponto que as reúne, que é sua natureza humana, pois funcionam como “ficções”, ou, em outros termos, como ideias socialmente aceitas e usadas para estabelecer padrões de comportamento. E por isto mesmo não haveriam de permanecer incólume perante tantas alterações surgidas pela já mencionada “tecnoimersão” que sofremos com as inovações tecnológicas recentes.

E assim a obra se encerra, mas apenas esta obra. Ou esta temporada, como preferirem. Pois a placamãe continuará na missão de produção de conteúdo, de lançar desafios e promover conversas, como esta que descobrimos entre os escritos que foram aqui publicados.

Esperamos que tenham uma boa leitura e que nos elogiem, e nos critiquem para que assim, juntos, evoluamos!

 

Alexandre Saldanha

Equipe PlacaMae.org

A PlacaMãe.Org é uma empresa (negócio) de impacto social que tem como objetivo a promoção de educação digital escolar de qualidade, visando a construção de uma cultura de proteção de dados pessoais. Para isso, ela promove cursos, palestras, mentorias, treinamentos, consultorias e atividades voluntárias considerando o núcleo integrado família, escola e comunidade.

Curtir

Compartilhar

Leia também